O TREM PAULISTA NOS TRILHOS DE UM NOVO TEMPO
JENYBERTO PIZZOTTI
A retirada dos trilhos da malha ferroviária, como pretende a atual administração de Rio Claro, e o conseqüente sucateamento e desmanche da ferrovia e tudo que dela restou, significa a DESTRUIÇÃO IRREVERSÍVEL DE PATRIMÔNIO PÚBLICO HISTÓRICO-CULTURAL NACIONAL E LOCAL E DA PRÓPRIA HISTÓRIA DE RIO CLARO.
O atual prefeito de Rio Claro, não pode e não deve ir na contra-mão da história e das tendências nacional e mundial, e realizar a retirada dos trilhos da ferrovia. Não pode e não deve permitir a retirada da malha ferroviária de Rio Claro para que se construa e se realize os sonhos das cidades de Itú e Salto, enquanto os sonhos de Rio Claro se esfacelam.
O projeto de Itú e Salto, denominado de “Trem Republicano” é válido e um exemplo para todo o Brasil. O povo Itú-Saltense está lutando por seus sonhos. Devemos imitá-lo.
Caso o povo de Rio Claro permita, sem reagir, a destruição de seu patrimônio e de sua história, também seremos um exemplo para todo o Brasil. Um exemplo de uma vergonha. Caso o povo de Rio Claro permita essa vergonha, em nossos símbolos não mais deverá existir um leão atento com a frase em latim ‘Quieta non movere”, mas sim a figura de um burro apático deitado eternamente.
A prometida construção de uma avenida em Rio Claro, dentro de um projeto inexistente, apenas para mascarar num ato solene, demagógico e eleitoreiro, a oficialização da transferência ilegal e imoral de patrimônio público de nossa cidade, ficará para sempre nos anais da história rioclarense como uma vergonha.
A presença da ministra Dilma Roussef em nossa cidade, trazendo a tira-colo os prefeitos de Itú e Salto, além dos políticos daquela região, demonstrou apenas e tão somente o prestígio da política Itu-Saltense e não a nossa. Para eles, a realização de um sonho tirado do nada. Para nós, o escárnio e o deboche de termos uma avenida para o desfile anual do Carnaval e um tresloucado Central Park novaiorquino, também com projeto inexistente, com o pagamento de dívidas e juros extorsivos para as próximas gerações de rioclarenses pagarem.
Esse é o projeto do senhor prefeito. Eu tenho outro.
Esse projeto, que denominei de “TREM PAULISTA”, prevê numa primeira fase a revitalização do complexo que envolve a malha ferroviária num projeto histórico, cultural e turístico para Rio Claro e região, e numa segunda fase a exploração comercial, industrial e de serviços com a revitalização das antigas oficinas da Cia Paulista, e caso possa ser viabilizado, um metrô de superfície, a construção de uma avenida paralela a ferrovia, também a implantação de um Pólo Inter-Modal envolvendo ferrovia, rodovia e aerovia, ou aeroporto, e do Porto Seco (um pólo de armazenamento e distribuição), como tive a oportunidade de conhecer em Goiás em 2008 e 2009.
Assim, para termos uma pequena idéia desse meu projeto, e para demonstrarmos que o denominado projeto “TREM PAULISTA” não conflita com a idéia da construção de uma avenida, mas que, pelo contrário, a enriquece e a supera, vejamos no que consiste:
PROJETO “TREM PAULISTA”
1. Revitalização da Estação Ferroviária de Rio Claro como Pólo Histórico, Cultural e Turístico;
2. Reconstrução e utilização da malha ferroviária de Rio Claro para a implantação de 4 roteiros turísticos:
a. Rio Claro – Batovi – Ubá – Itirapina – Analândia
b. Rio Claro – Santa Gertrudes – Cordeirópolis – Araras
c. Rio Claro – Batovi – Ubá – Itirapina – Brotas – Torrinha – Dois Córregos – Jaú
d. Rio Claro – Ipeúna – Charqueada – Águas de São Pedro;
3. Revitalização das oficinas da antiga Companhia Paulista para que funcione como restauradora de trens, locomotivas e vagões para cidades de todo o Brasil que estão desenvolvendo e implantando projetos ferroviários, seja de carga, passageiros ou turismo, e a revitalização das oficinas como Pólo Educacional Ferroviário em nível técnico e superior, com escola técnica e faculdade de engenharia ferroviária;
4. Implantação do Museu Ferroviário “Getúlio Greve”, hoje já com mais de 10.000 itens em seu acervo;
5. Revitalização do Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga” (hoje abandonado pela atual administração) com as salas sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 e a sala sobre a Escravidão no Brasil abertas a turistas e pesquisadores, e a Revitalização do Museu Mineralógico e Arqueológico “Albertina Pensado Dias” (hoje também abandonado pela atual administração). Museus esses, abertos a visitação pública, e a turistas e pesquisadores que irão se utilizar do TREM PAULISTA para conhecer a história de São Paulo e do Brasil;
6. Revitalização do Horto Florestal “Navarro de Andrade” como Pólo Turístico, integrado num ramal com a malha ferroviária;
7. Viabilização da segunda fase do projeto, envolvendo:
a. Construção de uma avenida paralela a linha férrea dentro do perímetro urbano de Rio Claro;
b. Implantação do Metrô de Superfície para o transporte de passageiros e trabalhadores;
c. Implantação do Pólo Inter-Modal com aproveitamento da ferrovia, rodovias e aerovia, com a construção de um aeroporto, para o aproveitamento estratégico-logístico da região de Rio Claro;
d. Implantação do Porto Seco, um pólo regional de armazenamento e distribuição de mercadorias
Rio Claro apresenta características históricas, culturais, turísticas e geoeconômicas únicas, que por ignorância, são desconhecidas e desprezadas pelos seus políticos e administradores.
Trocar a possibilidade do desenvolvimento e da existência de um projeto turístico cultural e comercial, que irá beneficiar toda uma população e seu parque turístico nacional e internacional, comercial e de serviços, que poderá gerar centenas de empregos, pela destruição do patrimônio histórico-cultural ímpar situado em Rio Claro, sonhado e disputado por outras cidades e por administradores e políticos competentes como de Itú e Salto por exemplo, através da construção de uma avenida como outra qualquer existente em cidades de pequeno porte, ou por um “sambódromo”, é muito mais que burrice, “pensar baixo”, não ter boas idéias, oportunismo, interesses comerciais escusos ou demagogia e política rasteira; é uma insanidade, é a falta total de patriotismo e de amor a terra natal e a sua gente, é uma afronta a toda uma população que ama sua cidade e sua história, e é uma afronta aos ferroviários e seus descendentes, que construíram essa mesma história.
Assim, no interesse e defesa do patrimônio histórico-cultural de Rio Claro, no interesse do BEM COMUM, e como cidadão desta cidade, solicitei no dia 25 de janeiro ao Ministério Público (7º Promotor), que impeça a destruição irreversível da malha ferroviária em questão e de todo o complexo histórico-cultural que a envolve. Essa decisão agora se encontra nas mãos do digníssimo 3º Promotor (Meio Ambiente e Patrimônio Público e Social).
(Informação: Dia 25 de fevereiro, recebi ofício do digníssimo senhor 3º Promotor informando da instauração de processo civil e da solicitação de informações ao senhor prefeito. Isso, na prática, significa o bloqueio da retirada dos trilhos, até que se apure os fatos e que um debate aconteça. Foi uma decisão histórica do Judiciário rioclarense, através do 3º Promotor Público, em defesa do patrimônio e do povo de Rio Claro). Isso jamais será esquecido, esse ato inteligente, sensato, justo e corajoso do 3º Promoto Público.
Imediatamente, informei a mídia de Rio Claro, mas apenas o Jornal Regional publicou na sexta-feira a notícia. Qual o motivo da mídia rioclarense estar omissa ? Isso é jornalismo sério ? Quando os jornalistas (principalmente aqueles que saem das faculdades) são obrigados a se calarem, a não cumprirem sua missão, submetendo-se aos caprichos e interesses de seus patrões proprietários dos meios de comunicação, não são jornalistas, são apenas mediocres propagandistas.
Através deste artigo, faço um apelo ao senhor prefeito: que analise nossas propostas e que reflita melhor. Que seu amor e respeito por Rio Claro fique acima de outros interesses. Acredito que seja capaz de rever suas posições e de fazer o que for melhor para o povo de nossa cidade. O que todos esperam é que honre o cargo para o qual foi eleito, e que defenda os interesses de Rio Claro percorrendo corajosamente os trilhos de um novo tempo.
A História irá julgar nossas decisões e ações. Que Deus nos ilumine. Avante Rio Claro !
domingo, 28 de fevereiro de 2010
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
TREM PAULISTA OU O FIM DA FERROVIA ?
TREM PAULISTA
OU O FIM DA FERROVIA ?
JENYBERTO PIZZOTTI
A retirada dos trilhos da malha ferroviária, como pretende a atual administração de Rio Claro, e o conseqüente sucateamento e desmanche da ferrovia e tudo que dela restou, significa a DESTRUIÇÃO IRREVERSÍVEL DE PATRIMÔNIO PÚBLICO HISTÓRICO-CULTURAL NACIONAL E LOCAL E DA PRÓPRIA HISTÓRIA DE RIO CLARO.
Não tenho nenhuma filiação política-partidária, e nem estou ligado a nenhum político ou partido político existente nesta cidade. Escrevi esse artigo na condição de simples cidadão rioclarense, assumindo total responsabilidade pela expressão de meus pensamentos.
No sábado, dia 23 de janeiro, os jornais “Cidade de Rio Claro” e “Diário do Rio Claro”, cumprindo suas funções junto a seus leitores, informaram a população da cidade, sobre a presença da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, em nossa cidade para a assinatura “do termo de cessão de uso de direito real da faixa de domínio da malha ferroviária que atravessa a cidade, trecho compreendido entre a Avenida 24 e o distrito de Batovi, numa extensão de sete quilômetros, aproximadamente”.
Na realidade, o que foi realizado em Rio Claro na ocasião, foi apenas e tão somente, a cessão de domínio de um pequeno trecho da malha ferroviária, e não a “retirada dos trilhos” como foi divulgado pela mídia à população.
A notícia, alardeada na ocasião, como uma “vitória” política da atual administração da cidade, hoje começa a transparecer como uma “facada nas costas” no povo de Rio Claro. O Jornal Regional, que vem produzindo excelentes reportagens e material informativo e jornalístico sobre o caso da destruição da malha ferroviária, em sua matéria do dia 13 de fevereiro, intitulada “Rio Claro Fora da História” assim se manifesta:
“Há poucas semanas, a ministra Dilma Rousseff, acompanhada, inclusive, de interessados na obra de Itú e Salto, esteve em Rio Claro anunciando a liberação de um trecho da ferrovia para a prefeitura. Toda a movimentação deixou patente que pode não ter sido a força política rioclarense a responsável pela autorização de retirada dos trilhos, mas a necessidade do material de Rio Claro para concretizar o sonho de Itu, alimentado há cerca de dois anos”.
E o Jornal Regional, mais adiante, reforça a idéia de que o prefeito de Rio Claro, ou já tinha conhecimento e participou da “jogada” que seria dada pelos políticos de Itú e Salto e pela ministra Dilma Rousseff ou, ingenuamente, foi enganado pelos mesmos, senão vejamos o texto do repórter Carlos Aguiar no Jornal Regional:
“Tudo leva a crer que o desmanche da ferrovia em Rio Claro é inevitável e imediato. “O prefeito está me pressionando para tirar os trilhos”, disse o secretário de governo de Itú, Antônio Jorge Trinca. Conforme explica, havia necessidade de conseguir os trilhos e dormentes para a construção da ferrovia. “A gente foi buscar o DNIT e eles liberaram os de Rio Claro; a informação foi prestada ao Du pelo DNIT”, esclareceu”.
E o repórter Carlos Aguiar do Jornal Regional, único representante do jornalismo rioclarense presente em Itú em 10 de fevereiro, onde o ministro do turismo Luiz Barreto com os prefeitos de Itú e Salto lançaram oficialmente o edital de abertura do processo licitatório para a construção do “Trem Republicano”, expressa sua brilhante racionalidade e sensibilidade informando:
“Algumas pessoas abordadas pela reportagem naquela cidade demonstraram certo embaraço e até ar de deboche ao comentar sobre a transferência dos trilhos. Afinal, Rio Claro terá investimento para desmontar e entregar parte do que resta, enquanto Itú e Salto terão dinheiro e os materiais para reconstruir, do zero, o que só existe na memória”.
Curioso observar que o trecho de 7 quilômetros de trilhos que se pretende retirar de Rio Claro é exatamente o necessário para o início da implantação do Trem Republicano em Itú e Salto.
De forma oportunista, demagógica, arbitrária, autoritária e unilateral, sem nenhuma forma de consulta popular, principalmente às centenas de milhares de ex-ferroviários e seus descendentes, e a personalidades representantes da Cultura e da História de Rio Claro, o atual prefeito municipal impõe à sociedade rioclarense uma ação irreversível de sucateamento, desmanche e destruição de uma malha ferroviária e de toda uma estrutura que pode e deve ser utilizada em um projeto turístico-cultural semelhante ao da cidade de Jaguariúna/SP e de Itú e Salto/SP, assim como de outras cidades do Brasil que despertam para o renascimento da Ferrovia em nosso País e no Mundo.
A Sociedade do Bem Comum, da qual faço parte, está desenvolvendo junto com profissionais técnicos e especializados, assim como historiadores e colecionadores, um amplo projeto envolvendo a modernização da Estação Ferroviária, com seu aproveitamento turístico e cultural, e a utilização de todo o complexo que envolve a malha ferroviária rioclarense e regional, dentro de um projeto turístico, cultural, e comercial, com amplas perspectivas de revitalização não só do complexo da malha ferroviária, mas também da revitalização das oficinas da antiga Companhia Paulista (que podem e devem voltar a ser um pólo industrial e educacional na reforma dos trens pretendidos por muitas cidades), na revitalização do Horto Florestal como atração turística, e principalmente, nos roteiros cultural e turístico em diversas direções, tudo partindo de Rio Claro.
Esse projeto, que denominei de “TREM PAULISTA”, prevê numa primeira fase a revitalização histórico, cultural e turística de Rio Claro e região, e numa segunda fase a exploração comercial, industrial e de serviços com a revitalização das antigas oficinas da Cia Paulista, e caso possa ser viabilizado, o metrô de superfície (já idealizado por administrações passadas, como a do prefeito José Lincoln de Magalhães e por pessoas visionárias e que amam Rio Claro, como o Professor doutor Aldo Zotarellli Junior), e também a implantação de um Pólo Modal (ferrovia, rodovia e aerovia) e do Porto Seco (um pólo de armazenamento e distribuição), como tive a oportunidade de conhecer em Goiás em 2008 e 2009.
Assim, por exemplo, explorando as atrações culturais e turísticas, numa direção, partindo de Rio Claro, passando por Batovi, Ubá, Itirapina, Analândia e a vizinha São Carlos. Em outra direção, na “Rota do Café”, talvez até Jaú. Ainda em outra direção até Águas de São Pedro por exemplo, e não esquecendo outro roteiro muito importante e ainda inexplorado, a área de Santa Gertrudes (na história das fazendas de café), Mata Negra, e a vizinha Araras até Descalvado.
Rio Claro apresenta características históricas, culturais, turísticas e geoeconômicas únicas, que por ignorância, são desconhecidas e desprezadas pelos seus políticos e administradores. O Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”, hoje totalmente abandonado pela atual administração, e pelo Poder Legislativo que parece desconhecer sua existência e importância, tem (ou tinha ?) um espetacular acervo sobre a Escravidão no Brasil, a Revolução Constitucionalista de 1932, e o acervo do Museu Arqueológico, Mineralógico, Oceanográfico e Indianista “Albertina Pensado Dias”. Temos já em implantação em Rio Claro o Museu Ferroviário “Getúlio Greve”, corajosamente idealizado e administrado com mais de 10.000 peças históricas por João Greve Neto. Tudo isso pode e deve estar inserido nesse projeto envolvendo o patrimônio histórico ferroviário de Rio Claro, e claro, que nesse projeto poderá estar inserida uma avenida paralela a ferrovia.
Vou aplaudir com alegria e entusiasmo quando o atual, ou o próximo prefeito cortar a fita da inauguração dessa avenida. Não me importo com o nome da avenida: pode ser “Novos Tempos”, Velhos Tempos”, “Lula, o Filho do Brasil”, pode ser até mesmo “Dilma Rousseff” ou “Palmínio Altimari Filho”, tanto faz, só não tentem destruir a ferrovia e o patrimônio público e histórico de Rio Claro: eu não vou deixar !
O atual prefeito de Rio Claro, na contra-mão da história e das tendências nacional e mundial, pretende realizar de imediato, a retirada dos trilhos da ferrovia no trecho situado em nossa cidade, trilhos esses, por incrível que pareça, serão utilizados na construção de projeto ferroviário turístico-cultural nas cidades de Itú e Salto, denominado “Trem Republicano” conforme divulga a imprensa nacional e local.
Argumenta o senhor prefeito nos dois jornais citados (Diário e Cidade), que “a cidade se viu, durante décadas, separada pelos trilhos e a situação persistiu mesmo quando, no início da década de 1990, o fluxo de trens foi desviado da região central. Isso gerou gargalos no trânsito, impediu o desenvolvimento do comércio e toda aquela imensa área perdeu a vitalidade, desautorizando qualquer projeto de reurbanização. Agora, no entanto, o município terá meios para, finalmente unir as duas partes da cidade...”.
A argumentação do prefeito de que “a cidade se viu, durante décadas, separada pelos trilhos e que isso impediu o desenvolvimento do comércio e toda aquela imensa área...” , é absurda, é falsa e enganosa, e expressa tão somente o primarismo e a infantilidade do raciocínio, e a tentativa de manipulação, indução e controle da opinião pública, ou seja, do povo rioclarense, tendo em vista que centenas de instituições culturais, religiosas, comerciais, industriais e de serviços se estabeleceram, vivem e progridem “atrás da linha”, à exemplo do próprio prefeito municipal, que ali cresceu, e tem seu estabelecimento comercial, ali também se tornou prefeito e constituiu família, e tem total conhecimento de empresas e instituições importantíssimas em nossa cidade tais como: Shopping Center de Rio Claro, GACC – Grupo de Apoio à Crianças com Câncer, UNESP – Universidade Estadual Paulista, o Corpo de Bombeiros, inúmeras e importantes escolas estaduais e municipais, inúmeras igrejas e templos religiosos, o parque industrial da cidade com as industrias mais importantes, o DAE – Departamento de Água e Esgoto, a Floresta Estadual Navarro de Andrade (Horto Florestal), a área reservada para o futuro FORUM da Comarca e, não podemos esquecer: o principal e mais densamente povoado bairro da cidade: o progressista Bairro do “Cervezon”. Prevalecendo esse raciocínio primário, qual o próximo projeto da atual administração ? Transferir a Rodovia Washington Luís para outro local para unir os bairros Inocoop, Palmeiras, e Jardim Novo com o resto da cidade ?
Trocar a possibilidade do desenvolvimento e da existência de um projeto turístico cultural e comercial, que irá beneficiar toda uma população e seu parque turístico nacional e internacional, comercial e de serviços, que poderá gerar centenas de empregos, pela destruição do patrimônio histórico-cultural ímpar situado em Rio Claro, sonhado e disputado por outras cidades e por administradores e políticos competentes como de Itú e Salto por exemplo, pela construção de uma avenida como outra qualquer existente em cidades de pequeno porte, ou por um “Central Park” novaiorquino como, de forma debochada, cínica, e irresponsável, ironizou e se manifestou a ministra Dilma Roussef em nossa cidade, dando palpites sobre algo que desconhece, é muito mais que burrice, “pensar baixo”, não ter boas idéias, oportunismo, interesses comerciais escusos ou demagogia e política rasteira; é uma insanidade, é a falta total de patriotismo e de amor a sua terra e a sua gente, é uma “facada nas costas” em toda uma população que ama sua cidade e sua história, principalmente é uma “facada nas costas” dos ferroviários e de seus descendentes, que construíram essa mesma história.
Assim, no interesse e defesa do patrimônio histórico-cultural de Rio Claro, no interesse do bem comum, e como cidadão desta cidade, solicitei no dia 25 de janeiro ao Ministério Público (7º Promotor), que impeça a destruição irreversível da malha ferroviária em questão e de todo o complexo histórico-cultural que a envolve.
Diante das evidências e do material jornalístico apresentado, o Exmo. 7º Promotor Público reconheceu a gravidade dos fatos, e transferiu o posicionamento histórico do Poder Judiciário Rioclarense em defesa do patrimônio público de Rio Claro para o Exmo. 3º Promotor (Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Público e Social) e assim se expressou: “o Manual Prático da Promotoria do Meio Ambiente recomenda a instauração de inquérito civil, público para apurar, no caso concreto e individualizado, situação de risco e/ou efetivo prejuízo a bem integrante do patrimônio cultural tombado ou não”, e conclui: “Diante dessas breves considerações, à toda evidência, o objeto da representação merece análise do Exmo. 3º Promotor de Justiça, com atribuição do meio ambiente”.
A Promotoria Pública, a família ferroviária, a mídia rioclarense (jornais, televisões, rádios e sites na internet), as entidades de Rio Claro como a Maçonaria, o Rotary, o Lions, e as pessoas que amam Rio Claro devem se movimentar e agir no sentido de, dentro da Lei, do bom senso e da racionalidade, buscar e encontrar o que for melhor para a população desta cidade. A História irá julgar nossas decisões e ações. Que Deus nos ilumine. Avante Rio Claro !
(e-mail: jenyberto@yahoo.com.br)
OU O FIM DA FERROVIA ?
JENYBERTO PIZZOTTI
A retirada dos trilhos da malha ferroviária, como pretende a atual administração de Rio Claro, e o conseqüente sucateamento e desmanche da ferrovia e tudo que dela restou, significa a DESTRUIÇÃO IRREVERSÍVEL DE PATRIMÔNIO PÚBLICO HISTÓRICO-CULTURAL NACIONAL E LOCAL E DA PRÓPRIA HISTÓRIA DE RIO CLARO.
Não tenho nenhuma filiação política-partidária, e nem estou ligado a nenhum político ou partido político existente nesta cidade. Escrevi esse artigo na condição de simples cidadão rioclarense, assumindo total responsabilidade pela expressão de meus pensamentos.
No sábado, dia 23 de janeiro, os jornais “Cidade de Rio Claro” e “Diário do Rio Claro”, cumprindo suas funções junto a seus leitores, informaram a população da cidade, sobre a presença da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, em nossa cidade para a assinatura “do termo de cessão de uso de direito real da faixa de domínio da malha ferroviária que atravessa a cidade, trecho compreendido entre a Avenida 24 e o distrito de Batovi, numa extensão de sete quilômetros, aproximadamente”.
Na realidade, o que foi realizado em Rio Claro na ocasião, foi apenas e tão somente, a cessão de domínio de um pequeno trecho da malha ferroviária, e não a “retirada dos trilhos” como foi divulgado pela mídia à população.
A notícia, alardeada na ocasião, como uma “vitória” política da atual administração da cidade, hoje começa a transparecer como uma “facada nas costas” no povo de Rio Claro. O Jornal Regional, que vem produzindo excelentes reportagens e material informativo e jornalístico sobre o caso da destruição da malha ferroviária, em sua matéria do dia 13 de fevereiro, intitulada “Rio Claro Fora da História” assim se manifesta:
“Há poucas semanas, a ministra Dilma Rousseff, acompanhada, inclusive, de interessados na obra de Itú e Salto, esteve em Rio Claro anunciando a liberação de um trecho da ferrovia para a prefeitura. Toda a movimentação deixou patente que pode não ter sido a força política rioclarense a responsável pela autorização de retirada dos trilhos, mas a necessidade do material de Rio Claro para concretizar o sonho de Itu, alimentado há cerca de dois anos”.
E o Jornal Regional, mais adiante, reforça a idéia de que o prefeito de Rio Claro, ou já tinha conhecimento e participou da “jogada” que seria dada pelos políticos de Itú e Salto e pela ministra Dilma Rousseff ou, ingenuamente, foi enganado pelos mesmos, senão vejamos o texto do repórter Carlos Aguiar no Jornal Regional:
“Tudo leva a crer que o desmanche da ferrovia em Rio Claro é inevitável e imediato. “O prefeito está me pressionando para tirar os trilhos”, disse o secretário de governo de Itú, Antônio Jorge Trinca. Conforme explica, havia necessidade de conseguir os trilhos e dormentes para a construção da ferrovia. “A gente foi buscar o DNIT e eles liberaram os de Rio Claro; a informação foi prestada ao Du pelo DNIT”, esclareceu”.
E o repórter Carlos Aguiar do Jornal Regional, único representante do jornalismo rioclarense presente em Itú em 10 de fevereiro, onde o ministro do turismo Luiz Barreto com os prefeitos de Itú e Salto lançaram oficialmente o edital de abertura do processo licitatório para a construção do “Trem Republicano”, expressa sua brilhante racionalidade e sensibilidade informando:
“Algumas pessoas abordadas pela reportagem naquela cidade demonstraram certo embaraço e até ar de deboche ao comentar sobre a transferência dos trilhos. Afinal, Rio Claro terá investimento para desmontar e entregar parte do que resta, enquanto Itú e Salto terão dinheiro e os materiais para reconstruir, do zero, o que só existe na memória”.
Curioso observar que o trecho de 7 quilômetros de trilhos que se pretende retirar de Rio Claro é exatamente o necessário para o início da implantação do Trem Republicano em Itú e Salto.
De forma oportunista, demagógica, arbitrária, autoritária e unilateral, sem nenhuma forma de consulta popular, principalmente às centenas de milhares de ex-ferroviários e seus descendentes, e a personalidades representantes da Cultura e da História de Rio Claro, o atual prefeito municipal impõe à sociedade rioclarense uma ação irreversível de sucateamento, desmanche e destruição de uma malha ferroviária e de toda uma estrutura que pode e deve ser utilizada em um projeto turístico-cultural semelhante ao da cidade de Jaguariúna/SP e de Itú e Salto/SP, assim como de outras cidades do Brasil que despertam para o renascimento da Ferrovia em nosso País e no Mundo.
A Sociedade do Bem Comum, da qual faço parte, está desenvolvendo junto com profissionais técnicos e especializados, assim como historiadores e colecionadores, um amplo projeto envolvendo a modernização da Estação Ferroviária, com seu aproveitamento turístico e cultural, e a utilização de todo o complexo que envolve a malha ferroviária rioclarense e regional, dentro de um projeto turístico, cultural, e comercial, com amplas perspectivas de revitalização não só do complexo da malha ferroviária, mas também da revitalização das oficinas da antiga Companhia Paulista (que podem e devem voltar a ser um pólo industrial e educacional na reforma dos trens pretendidos por muitas cidades), na revitalização do Horto Florestal como atração turística, e principalmente, nos roteiros cultural e turístico em diversas direções, tudo partindo de Rio Claro.
Esse projeto, que denominei de “TREM PAULISTA”, prevê numa primeira fase a revitalização histórico, cultural e turística de Rio Claro e região, e numa segunda fase a exploração comercial, industrial e de serviços com a revitalização das antigas oficinas da Cia Paulista, e caso possa ser viabilizado, o metrô de superfície (já idealizado por administrações passadas, como a do prefeito José Lincoln de Magalhães e por pessoas visionárias e que amam Rio Claro, como o Professor doutor Aldo Zotarellli Junior), e também a implantação de um Pólo Modal (ferrovia, rodovia e aerovia) e do Porto Seco (um pólo de armazenamento e distribuição), como tive a oportunidade de conhecer em Goiás em 2008 e 2009.
Assim, por exemplo, explorando as atrações culturais e turísticas, numa direção, partindo de Rio Claro, passando por Batovi, Ubá, Itirapina, Analândia e a vizinha São Carlos. Em outra direção, na “Rota do Café”, talvez até Jaú. Ainda em outra direção até Águas de São Pedro por exemplo, e não esquecendo outro roteiro muito importante e ainda inexplorado, a área de Santa Gertrudes (na história das fazendas de café), Mata Negra, e a vizinha Araras até Descalvado.
Rio Claro apresenta características históricas, culturais, turísticas e geoeconômicas únicas, que por ignorância, são desconhecidas e desprezadas pelos seus políticos e administradores. O Museu Histórico e Pedagógico “Amador Bueno da Veiga”, hoje totalmente abandonado pela atual administração, e pelo Poder Legislativo que parece desconhecer sua existência e importância, tem (ou tinha ?) um espetacular acervo sobre a Escravidão no Brasil, a Revolução Constitucionalista de 1932, e o acervo do Museu Arqueológico, Mineralógico, Oceanográfico e Indianista “Albertina Pensado Dias”. Temos já em implantação em Rio Claro o Museu Ferroviário “Getúlio Greve”, corajosamente idealizado e administrado com mais de 10.000 peças históricas por João Greve Neto. Tudo isso pode e deve estar inserido nesse projeto envolvendo o patrimônio histórico ferroviário de Rio Claro, e claro, que nesse projeto poderá estar inserida uma avenida paralela a ferrovia.
Vou aplaudir com alegria e entusiasmo quando o atual, ou o próximo prefeito cortar a fita da inauguração dessa avenida. Não me importo com o nome da avenida: pode ser “Novos Tempos”, Velhos Tempos”, “Lula, o Filho do Brasil”, pode ser até mesmo “Dilma Rousseff” ou “Palmínio Altimari Filho”, tanto faz, só não tentem destruir a ferrovia e o patrimônio público e histórico de Rio Claro: eu não vou deixar !
O atual prefeito de Rio Claro, na contra-mão da história e das tendências nacional e mundial, pretende realizar de imediato, a retirada dos trilhos da ferrovia no trecho situado em nossa cidade, trilhos esses, por incrível que pareça, serão utilizados na construção de projeto ferroviário turístico-cultural nas cidades de Itú e Salto, denominado “Trem Republicano” conforme divulga a imprensa nacional e local.
Argumenta o senhor prefeito nos dois jornais citados (Diário e Cidade), que “a cidade se viu, durante décadas, separada pelos trilhos e a situação persistiu mesmo quando, no início da década de 1990, o fluxo de trens foi desviado da região central. Isso gerou gargalos no trânsito, impediu o desenvolvimento do comércio e toda aquela imensa área perdeu a vitalidade, desautorizando qualquer projeto de reurbanização. Agora, no entanto, o município terá meios para, finalmente unir as duas partes da cidade...”.
A argumentação do prefeito de que “a cidade se viu, durante décadas, separada pelos trilhos e que isso impediu o desenvolvimento do comércio e toda aquela imensa área...” , é absurda, é falsa e enganosa, e expressa tão somente o primarismo e a infantilidade do raciocínio, e a tentativa de manipulação, indução e controle da opinião pública, ou seja, do povo rioclarense, tendo em vista que centenas de instituições culturais, religiosas, comerciais, industriais e de serviços se estabeleceram, vivem e progridem “atrás da linha”, à exemplo do próprio prefeito municipal, que ali cresceu, e tem seu estabelecimento comercial, ali também se tornou prefeito e constituiu família, e tem total conhecimento de empresas e instituições importantíssimas em nossa cidade tais como: Shopping Center de Rio Claro, GACC – Grupo de Apoio à Crianças com Câncer, UNESP – Universidade Estadual Paulista, o Corpo de Bombeiros, inúmeras e importantes escolas estaduais e municipais, inúmeras igrejas e templos religiosos, o parque industrial da cidade com as industrias mais importantes, o DAE – Departamento de Água e Esgoto, a Floresta Estadual Navarro de Andrade (Horto Florestal), a área reservada para o futuro FORUM da Comarca e, não podemos esquecer: o principal e mais densamente povoado bairro da cidade: o progressista Bairro do “Cervezon”. Prevalecendo esse raciocínio primário, qual o próximo projeto da atual administração ? Transferir a Rodovia Washington Luís para outro local para unir os bairros Inocoop, Palmeiras, e Jardim Novo com o resto da cidade ?
Trocar a possibilidade do desenvolvimento e da existência de um projeto turístico cultural e comercial, que irá beneficiar toda uma população e seu parque turístico nacional e internacional, comercial e de serviços, que poderá gerar centenas de empregos, pela destruição do patrimônio histórico-cultural ímpar situado em Rio Claro, sonhado e disputado por outras cidades e por administradores e políticos competentes como de Itú e Salto por exemplo, pela construção de uma avenida como outra qualquer existente em cidades de pequeno porte, ou por um “Central Park” novaiorquino como, de forma debochada, cínica, e irresponsável, ironizou e se manifestou a ministra Dilma Roussef em nossa cidade, dando palpites sobre algo que desconhece, é muito mais que burrice, “pensar baixo”, não ter boas idéias, oportunismo, interesses comerciais escusos ou demagogia e política rasteira; é uma insanidade, é a falta total de patriotismo e de amor a sua terra e a sua gente, é uma “facada nas costas” em toda uma população que ama sua cidade e sua história, principalmente é uma “facada nas costas” dos ferroviários e de seus descendentes, que construíram essa mesma história.
Assim, no interesse e defesa do patrimônio histórico-cultural de Rio Claro, no interesse do bem comum, e como cidadão desta cidade, solicitei no dia 25 de janeiro ao Ministério Público (7º Promotor), que impeça a destruição irreversível da malha ferroviária em questão e de todo o complexo histórico-cultural que a envolve.
Diante das evidências e do material jornalístico apresentado, o Exmo. 7º Promotor Público reconheceu a gravidade dos fatos, e transferiu o posicionamento histórico do Poder Judiciário Rioclarense em defesa do patrimônio público de Rio Claro para o Exmo. 3º Promotor (Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Público e Social) e assim se expressou: “o Manual Prático da Promotoria do Meio Ambiente recomenda a instauração de inquérito civil, público para apurar, no caso concreto e individualizado, situação de risco e/ou efetivo prejuízo a bem integrante do patrimônio cultural tombado ou não”, e conclui: “Diante dessas breves considerações, à toda evidência, o objeto da representação merece análise do Exmo. 3º Promotor de Justiça, com atribuição do meio ambiente”.
A Promotoria Pública, a família ferroviária, a mídia rioclarense (jornais, televisões, rádios e sites na internet), as entidades de Rio Claro como a Maçonaria, o Rotary, o Lions, e as pessoas que amam Rio Claro devem se movimentar e agir no sentido de, dentro da Lei, do bom senso e da racionalidade, buscar e encontrar o que for melhor para a população desta cidade. A História irá julgar nossas decisões e ações. Que Deus nos ilumine. Avante Rio Claro !
(e-mail: jenyberto@yahoo.com.br)
Assinar:
Postagens (Atom)